terça-feira, 7 de agosto de 2018

Sozinha !


Foi assim que fizestes minh'alma: Sozinha !

Retirando o véu, aos poucos esmiuçando cada parte, delicadamente destrinchando todos os detalhes, revelando o traço peculiar e transformando.

Fez brilhar algo apagado, a essência sucumbida, que revelou a identidade única, tão esquecida.

Foram idas e vindas, flores e dores, rosas e espinhos, persistência e fé, e a dedicação corajosa do amor.

Fez brilhar as descobertas, sensações e sentimentos, hoje aflorados à pele.

Tão revelada a alma, que os segredos se renderiam, face a vontade à vida.

Você forjou, moldou, desenhou e coloriu.

Qual fosse seu olhar, sua sapiência poderia ser completa.

Mas, ainda sim, você não conhece, não confia, não percebe, não compreende a entrega e a exposição aberta à cumplicidade do caminhar.

Quisera eu saber o que dizer, o que mostrar, o que fazer.

Quisera eu confiassse você em si mesma, em sua construção, em sua forja.

Quisera eu percebesse você que, não há mais desvio, não há bifurcações, porque o caminho já foi revelado.

Quisera eu...

Talvez assim, o futuro tantas vezes previsto não se revelasse, quisera eu...

Depois de tanto, foi assim que deixastes minh´alma: Sozinha !

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