domingo, 15 de abril de 2018

Perdidos no espaço. ( Só no espaço ? )

Foi na década de 60, mais precisamente entre os anos de 65 e 68, que conhecemos a Família Robinson, protagonista da série "Lost in Space", apresentada no Brasil com o título "Perdidos no Espaço". Nela, a família Robinson, impulsionada pelo "boom" do desenvolvimento tecnológico, foi escalada para, viajando na espaçonave Jupiter 2, descobrir novos planetas e então uma nova moradia para os humanos, fugindo de sua caótica sociedade. Após sofrerem um acidente e em consequencia dos danos sofridos, a família Robinson fica sem sistemas de navegação e sem condições de retornar ao planeta Terra e nem mesmo seguir para seu destino original.


Apesar de todos os contratempos tecnológicos a familia Robinson mantinha-se unida, em uma cooperação mútua, uma atitude de colaboração, respeito e união, pra não dizer que era a imagem da familia perfeita, forte, estável, integrada e fiel.
As dificuldades, em todos os episódios, sempre originadas de fora do seio familiar, quando não tecnológicas, eram provocadas pelo vilão da história, o Dr. Zachary Smith e sempre superadas, justamente, através dos valores mantidos pela familia Robinson.

Em 2018, 53 anos depois, estreia na NetFlix o remake da série, que conta a história da mesma família Robinson, na mesma Jupiter 2, e ainda em busca de um novo habitat para os humanos, porém com sutis diferenças.

Na nova série, não apenas a familia Robison mas outras varias famílias dedicam-se ao mesmo propósito, deixando para trás suas vidas no planeta Terra e viajando pelo espaço em busca de um novo lar para os humanos, uma nova sociedade, com novos valores, novos conceitos, novo sentido à vida e às relações. Certamente um contexto, na atual caos da sociedade humana, muito fácil de compreender e que inclusive, desperta o desejo de fazer parte da empreitada.

Mas, há alguns outros detalhes, além do número maior de espaçonaves, que diferem consideravelmente da história original, nos remetendo à um verdadeiro espelho da atual condição da sociedade humana:

A família Robison não é mais tão perfeita, pra não dizer que está profundamente desmantelada. O casal, o prof. John Robinson e sua esposa Maureen estão na verdade separados e ele um militar excessivamente dedicado às atividades profissionais e pai ausente, perdeu o respeito da esposa, que agora, autoritariamente, exige uma diferente hierarquia familiar.

Quanto aos filhos, a Penny ainda um personagem sem relevância. O caçula Will agora substitui a atenção faltante do pai pela presença do robô alienigena conhecido em uma das "quebradas" do espaço. Já a Judy, que realmente se destaca, na série original foi interpretada pela atriz Marta Kristen, e agora pela atriz Taylor Russell, de uma etinia diferente de todo o restante da família, o que revela que na verdade, é filha de um primeiro casamento da matriarca Maureen, acrescentando-se que nunca conheceu o pai biológico.

Em 2018 o robô, antes um valioso aliado, é agora o personagem que tentou dizimar os novos colonos, e com sentimentos de arrependimento, tenta agora proteger o caçula Will Robinson.

Não poderia ser algo mais contemporâneo, não fosse que na versão de 2018, o vilão da história, o Dr. Zachary Smith é na verdade uma mulher, a Dra. Zachary Smith, intrepratada pela atriz Parker Posey. Para concluir o contexto caótico, só falta um afair extra-conjugal entre o prof. John Robinson e a Dra. Smith.


Realmente, tenho medo em imaginar o enredo da mesma série daqui outros 53 anos...

terça-feira, 3 de abril de 2018

Tem dias que já se acorda assim... repleto de informações de tristeza, de dores, de violências e mortes.
Injustiças e mentiras, traições e abusos como diz o popular "é o que tem pra hoje".
Tá confuso, demais, viver neste mundo.
Tão confuso que, de tão frequente, as vezes, até quem tenta se manter distante "disto", se envolve, se perde...
Não entendo mais que sentido há, se é que um dia entendi.
A sensação é que perdeu-se a "mão" e o rumo.
E você se vê preso aqui, sem poder se desligar, sem poder "sair".
Talvez esta seja a maior condenação da vida: ser obrigado a estar aonde já não se vê mais nenhuma possibilidade.
Neste momento, o desejo mais íntimo é de pedir socorro !

Ave Maria da Rua
(Raul Seixas)
No lixo dos quintais
Na mesa do café
No amor dos carnavais
Na mão, no pé, oh
Tu estás, tu estás
No tapa e no perdão
No ódio e na oração
Teu nome é Yemanjah,
E é Virgem Maria
É Glória e é Cecília
Na noite fria
Oh, minha mãe
Minha filha tu és qualquer mulher
Mulher em qualquer dia
Bastou o teu olhar
Pra me calar a voz
De onde está você
Rogai por nós
Minha mãe, minha mãe
Me ensina a segurar a barra de te amar
Não estou cantando só
Cantamos todos nós
Mas cada um nasceu
Com a sua voz,
Pra dizer, pra falar
De forma diferente
O que todo mundo sente
Segure a minha mão
Quando ela fraquejar
E não deixe a solidão me assustar
Minha mãe, nossa mãe
e mata minha fome
Nas letras do teu nome
Minha mãe, nossa mãe
E mata minha fome
Nas letras do teu nome
Minha mãe, nossa mãe
E mata minha fome
Na glória do teu nome.