sábado, 30 de setembro de 2017

Versos sem fim

Eu, quase, já entendi...

Que esta é uma dor que não se cura, jamais.

Que talvez um dia amenize ou abrande, mas que cada vez que Eu lembre de nossas conversas, e dos telefonemas nervosa, preocupada e chorosa, que conversavamos muito até que quando já se sentia melhor, mais calma, Ela seguia seu dia. Em cada lembrança assim, esta dor vai estar de volta como agora.

Que cada vez que eu olhar pro maior de seus frutos e lembrar de sua auto-confiança, de sua vitoriosa fé, força e determinação, ainda que contrárias à opinião e entendimento de todos, neste instante a dor vai cortar o coração, violentamente, como agora.

Que cada vez que eu lembrar da sua simplicidade, do jeito humilde, carinhoso e único de tratar seu semelhante, da coragem e determinação ao encarar a vida, cada vez assim, esta falta de agora, vai novamente apertar meu coração.

Que cada vez que eu me sinta triste e não encontre aquela brincadeira engraçada, aquela piada contada, que me fazia rir e melhorar o humor, cada vez assim, a dor e a saudade vão gritar forte, pela falta que não entendo, pela ausência que não pedi e pela distância que não sei encurtar.

Que cada vez que a falta daquele abraço se fizer presente eu saberei da bênção e felicidade de tê-la recebido em minha vida, como minha amiga e irmã.

Só há uma coisa que não entendo:  Quem autorizou esta dor que invade sem permissão, que mutila sem dó, que violenta sem remorsos.